Arbitragem - Mal necessário?

 

Será que a Arbitragem é um mal necessário?

Se actualmente existe um sector desportivo em perfeita ebulição esse sector é o da Arbitragem, face aos graves acontecimentos que os árbitros têm estado envolvidos, dadas as constantes críticas e acusações que têm sido alvos por parte dos dirigentes dos principais Clubes profissionais de Futebol.
Mesmo existindo algumas atitudes compreensíveis a situação chegou a um ponto de saturação tal, que a suspeição e desconfiança é permanente nos jogos que envolvem os principais candidatos ao título, independentemente do resultado, há sempre espaço para se fazerem severas críticas aos árbitros.
É verdade que os árbitros também erram e por vezes têm diferentes dualidades de critérios, enganam-se no juízo das faltas, interferem no resultado, estragando o espectáculo, mas na realidade só eles é que falham? E outros intervenientes no jogo?
Se os jogadores, treinadores e dirigentes são tão implacáveis nos erros dos árbitros, já pensaram o que poderia acontecer se os árbitros pudessem ajuizar de igual forma os erros grosseiros dos outros durante o jogo, como por exemplo:
- Expulsar o jogador que falhasse um golo feito frente à baliza.
- Marcar um livre por cada mau passe que um jogador realizasse.
- Mostrar um cartão amarelo ao treinador que fizesse uma má substituição.
- Marcar uma grande penalidade por cada agressão verbal entre jogadores.
- Marcar uma grande penalidade por cada agarradela dentro da grande área.
- Expulsar um jogador, treinador ou dirigente que o agredisse verbalmente.
Somente estas duas últimas são situações reais de jogo e sinceramente com a actual conjuntura que se vive no Futebol Profissional Português não acredito que qualquer árbitro arriscasse a sancionar estas faltas, dado que estão a desempenharem as suas funções no “fio da navalha”, sobre o stress do erro e quando assim é tudo se torna complicado.
Na realidade os árbitros durante o jogo não têm nenhuma televisão portátil no bolso, para ver e rever os lances, em diferentes ângulos e velocidades, com a agravante de ter que decidir em fracções de segundo o que ainda torna as coisas mais difíceis para desempenharem as suas tarefas.
Face a tudo isto e sabendo das preocupações que o Ministro do Desporto tem actualmente, para apaziguar a Liga Profissional e assim contribuir para a manutenção da credibilidade e respeito internacional do nosso Futebol, decidi aqui manifestar publicamente o que na minha opinião poderá resolver alguma coisa na Arbitragem, com:
- Os Árbitros não dependerem directa e funcionalmente do dirigismo clubista.
- Os Árbitros serem dirigidos e controlados por estruturas dos próprios árbitros.
- Os Árbitros terem carreiras profissionais próprias.
- Existirem Centros de Formação e Aperfeiçoamento de Arbitragem.
- Os Árbitros terem equipas de arbitragem fixas e duradouras.
- Os Árbitros serem avaliados por dirigentes/árbitros.
- Os Árbitros serem nomeados por dirigentes/árbitros.
No fundo é dar a autonomia aos Árbitros com gestão própria, em liberdade , mas com responsabilidade, estruturando a actividade com organismos próprios de controle.
Se assim for e se conseguir retiram os Árbitros dos jogos de poder do dirigismo clubista, estes não poderão apresentar razões que lhe possam limitar ou inibir o desempenho cabal das suas funções.
Para concluir, mesmo errando os Árbitros são peça fundamental da actividade desportiva e sem eles a dita Indústria do Futebol, vai abaixo, assim é melhor ter que conviver com eles, não será Srs. Presidentes?

Que impere o fair-play e haja tranquilidade ....

 

Arbitragem - Mal necessário?

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