Grande Homem, Pobre Homem

 

Se há homem que sinta ter vindo ao mundo só para sofrer, é o árbitro de futebol. Nos campos de futebol, onde é, afinal, o juiz e figura suprema, não tem claque, nem tem amigos, qualquer um, só porque comprou bilhete ou arranjou maneira de entrar no estádio, julga-se no direito de soltar a língua e dirigir quantas bacoradas lhe apetece.

 

E todas ( salvo raríssimas excepções ) dirigidas ao árbitro. São palavras soltas ( e mal soantes.. ) que, ainda que pareça incrível, atravessam o campo e chegam inteirinhas, picantes como alfinetes ou agressivas como navalhas, aos ouvidos do árbitro – o homem de quem todos esperam justiça, serenidade, isenção e que, afinal, todos ( ou quase… ) tratam como se fosse o mais delinquente dos bandidos que andam sobre a terra.

 

Ninguém perde porque jogou mal ou porque o adversário jogou melhor. Para esses, só há um culpado – o árbitro, o indesejável, o pirata, o gatuno, o vendido, o … . E, no entanto, ninguém repara que o árbitro é um homem a quem exigem a perfeição de uma máquina ( das que não se avariam ), um individuo que sabe, com certeza, interpretar melhor as Leis do Jogo do que 99 por cento dos que assobiam, um adepto que, pelo menos, gosta tanto do jogo como todos os que compram o seu bilhete, uma pessoa que, como qualquer que se preza, gosta mais de acertar do que de asnear; um juiz ( de campo… ) a quem quase não se dá um segundo para julgar e proferir a sentença.

Não...isto ninguém quer saber!!!!

Grande Homem, Pobre Homem

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